Dois passatempos lusitanos

Games

Os melhores jogos e aplicativos recomendados pela Nova Escola

Do outro lado do oceano Atlântico, um site com jogos educativos e passatempos bem interessantes para a garotada (e também para os adultos que não resistem a joguinhos online)!

Que tal caçar palavras na “Sopa de Letras” (jogue em http://clientes.netvisao.pt/mcharrao/sala_de_estudo_virtual/jogo3.htm) ou montar um quebra cabeças em forma de quadrado? São games simples e fáceis de entender. Dá, inclusive, para aprender palavras novas – já que o caça-palavras foi elaborado em Português de Portugal. Cada nível do desafio refere-se a um bloco diferente de palavras – animais, cidades portuguesas, nomes de pessoas, lista de material escolar etc. É divertido e as palavras não estão ‘na cara do gol’ – o que torna o desafio melhor ainda.

No Jogo do Quadrado (jogue em http://clientes.netvisao.pt/mcharrao/jogoseducativos/jogodoquadrado.htm), a meta é completar um quebra cabeças de um quadrado com pecinhas semelhantes às do Tetris. O primeiro nível é facílimo, mas depois o jogo começa a ficar mais desafiador. O jogador pode, inclusive, pedir ajuda ao computador.

Você costuma fazer passatempos online? Quais são? Envie para a gente! A sua sugestão pode aparecer aqui no blog!

A física dos jogos e três jogos de Física

Angry Birds Space, feito com consultoria da NASA

Você já ouviu falar em Angry Birds, certo? A guerra entre passarinhos e porcos mexe com pelo menos 30 milhões de usuários por dia em todo o mundo – entre pessoas que jogam no computador, nos tablets e nos celulares. Mais de 500 milhões de pessoas já fizeram downloads das múltiplas versões do jogo. A estratégia é simples: eliminar os porcos ‘invasores’ com pássaros que se atiram de estilingues para, no fim, recuperar os ovos roubados dos passarinhos.

Há alguns meses, a Rovio, empresa responsável pelo desenvolvimento do game que virou febre, lançou oAngry Birds Space (saiba mais no site oficial space.angrybirds.com), feito em parceria com a NASA (e em novembro, será lançado um Angry Birds Star Wars! Aguardem!). Na versão Space, os passarinhos foram transportados para o espaço, evidentemente, e sua trajetória passou a seguir algumas regras de gravitação acordadas com as diferentes órbitas dos planetas percorridos ao longo do jogo – o que deixou tudo ainda mais atraente para todos nós, jogadores. Em síntese: o game pode ser um ótimo ponto de partida para trabalhar conteúdos como as leis de Newton sobre a gravitação – inclusive, para que o professor intervenha mostrando o lado ficcional do jogo, que não está de acordo com as leis da gravidade reais.

Se a opção for por jogos de física, com conteúdos ainda mais simples, aí vão duas sugestões:

- O Physics Symmetry II ( jogue no site physicsgamesbox.com/physics-games/physics-symmetry-2): é simples e pode ser jogado em um PC com conexão à internet. A ideia é chegar à simetria de dois conjuntos de formas geométricas que aparecem na tela, apagando apenas as formas vermelhas. Os primeiros níveis são muito elementares – o game começa a ficar desafiador a partir do 5.º nível, quando o peso de cada uma das formas começa a afetar a composição – se o jogador eliminar uma peça errada, ele pode desequilibrar tudo e perder o jogo.

- O Energy Physics (physicsgames.net/game/Energy_Physics.html): neste game você tem uma bateria e algumas barras metálicas, que devem ser posicionadas na posição mais adequada para que o jogador consiga matar seu inimigo com um choque elétrico. O princípio é o de que os metais conduzem a corrente elétrica. Simples e divertido!

E vocês? Já experimentaram outros jogos de Física?

Tire o ‘book’ de cima da ‘table’

A internet é uma ótima aliada para você ampliar o vocabulário de inglês enquanto se diverte. No siteLanguage Games (www.languagegames.org), por exemplo, há caça-palavras, forca e palavras cruzadas. Além do inglês, você pode praticar espanhol, francês, alemão e italiano.

Após entrar no site, é possível selecionar o tipo de jogo e o idioma. Os caça-palavras são temáticos (animais, móveis, transporte, cidade e roupas) e a forca também (aves, clima, carro, cores, corpo, esportes, família, flores, móveis, nacionalidades e países). Não se acanhe, dá para se sair bem com um nível intermediário do idioma.

Agora, se você já é um falante avançado de inglês, invista seus conhecimentos em passatempos mais incrementados como as palavras cruzadas (crossword) do The Washington Post. Acesse aqui(http://games.washingtonpost.com/games/daily-crossword/daily-crossword.aspx) e divirta-se!

Par contar estrelas… 

Imagens do software Stellarium. Imagem: Divulgação

Quantas estrelas você enxerga no céu? Com o crescimento das cidades e o aumento da poluição é cada vez mais difícil ter uma boa visão de estrelas e de outros corpos celestes, não é mesmo? Para driblar essa dificuldade você pode usar o Stellarium (http://www.stellarium.org/pt/), mesmo software que o professor Felipe Bandoni de Oliveira – recém-eleito Educador do Ano 2012 no Prêmio Victor Civita – utilizou com seus alunos.

Felipe é docente de Ciências na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Santa Cruz, em São Paulo. Com o programa, que roda em PC, ele mostrou aos estudantes como seria o céu da metrópole naquele exato instante caso pudessem vê-lo sem serem atrapalhados pelas luzes e pela poluição no céu da cidade.

O Stellarium é gratuito e leva aí para a tela do seu computador imagens como as que vemos nos planetários. Permite, também, identificar constelações e ler anotações de astrônomos sobre eventos como os eclipses. Pronto, agora você não tem mais desculpas para deixar de olhar para o céu!E se o 

Chico Bento fosse seu vizinho?

Uma das cenas do jogo Turma do Chico Bento. Imagem: Divulgação

E se você fosse um personagem da Turma da Mônica, como você seria? O aplicativo Quero Ser Turma da Mônica, gratuito para iPad, iPod e iPhone, permite que você crie um avatar com a sua cara, para também fazer parte da turminha de Maurício de Sousa que faz o maior sucesso nos gibis e desenhos animados. Dá para customizar a cor e o tamanho dos olhos, nariz, boca e cabelos, escolher a roupa, a cor da pele, os adereços e o cenário em que o seu avatar aparece… Super divertido!

Agora, se você não tem um tablet, nem um iPhone, mas adoraria fazer parte da turma, que tal jogar o game Turma do Chico Bento com as crianças? É um joguinho simples, de estratégia, disponível para as redes sociais (Orkut e Facebook), em que você também cria o seu avatar e o da sua família e passa a morar em um sítio, perto da casa do caipira mais famoso dos quadrinhos, na Vila Abobrinha. Sua missão é fazer amigos, cuidar da nova casa, dos animais, da plantação e conquistar novos espaços no jogo. Você pode, também, convidar seus amigos de “face” para jogar e formar uma espécie de comunidade no game (mais ou menos como a febre do Farmville, lembram?). Além disso, de tempos em tempos, novos desafios são lançados – como fazer as comidas para uma festa na Vila, por exemplo.

Jogos simples para começar no mundo dos games

Uma das telas do jogo Ludo Primeiros Passos. Imagem: Divulgação

E que criança não gosta de se divertir jogando, não é mesmo? Brincar é fundamental para o desenvolvimento e é uma boa quando, em casa ou na escola, é possível aliar brincadeira e aprendizado.  O site Ludo Educa Jogos, uma iniciativa com apoio da Fapesp e do CNPQ, disponibiliza gratuitamente jogos educativos que complementam diversos conteúdos aprendidos na escola: de sustentabilidade à ortografia.

O manuseio é simples e exige pouco do computador e da velocidade da internet. As instruções também são bem mastigadinhas, o que facilita para os pequenos. Com o “jogo da reciclagem”( jogue aqui) dá para esclarecer dúvidas que muita gente tem na hora de usar a coleta seletiva. O desafio é acertar em qual cesta despejar dejetos como latas, garrafas plásticas, restos de comida e bateria.

Outra opção é o “Mergulho Marinho” (jogue aqui), que pede ao jogador que movimente um mergulhador com o mouse e retire o lixo do mar sem tocar nos peixes. Para passar de fase é preciso uma faxina mínima nos oceanos que garanta a medalha de bronze.

“Ludo primeiros passos” é uma dica bem interessante para quem está começando a escrever. Após escolher um carrinho, o jogador deve percorrer uma cidade vencendo desafios pelo caminho como relacionar quais palavras começam com a mesma letra ou ligar sílabas para formar palavras. O jogo é um dos finalistas do Festival de Jogos da Brasil Game Show (BGS 2012), na categoria “Jogo Educativo”. Essa é a principal feira de jogos eletrônicos da América latina e reúne os experts da área em apresentações e um festival de jogos.

Para quem dá aulas, a plataforma permite monitorar os resultados dos alunos e saber no que foram bem e o que ainda precisam melhorar. Uma boa lição de casa, não?

Toque com os Beatles, para sempre

Há 50 anos, era lançado o primeiro single dos Beatles. Love Me Do começou uma revolução na música e na cultura jovem mundial. Para relembrar os clássicos e se sentir no palco com John Lennon e companhia, tire da caixa o The Beatles Rock Band. O game roda em Wii, PlayStation e Xbox e tem dezenas de músicas do quarteto, além de fotos e vídeos.

Para jogar, você precisa ter microfone, bateria, guitarra ou baixo – aqueles mesmos que são usados paragames como Guitar Hero – conectados ao aparelho. Dá para se divertir com até seis pessoas juntas!

Ah, se você é mais fã de Beatles do que de video game, no site do jogo há uma série de informações para te ajudar a desvendar esse universo (veja aqui: http://www.thebeatlesrockband.com/tutorials).

O game não é muito barato, isso é verdade. Então, para matar as saudades do quarteto de graça você pode visitar a página do Museu de Liverpool. Há uma exposição online com tudo, tudo que se pode imaginar dos Beatles, de roupas usadas por eles a vários objetos de fãs.

Também há alguns games, claro. Em Which Beatle Are You?(aqui: http://www.liverpoolmuseums.org.uk/online/games/beatles/whichbeatleareyou/) você responde a 13 questões e o site te diz com qual deles você mais se assemelha. Eu seria o Paul, e você?

Os dinossauros e o fundo do mar na palma da sua mão

Ir para Nova York visitar o Museu de História Natural não é uma tarefa muito fácil, certo? Se você não pode largar tudo para fazer esta viagem, mas tem um iPad ou um iPhone, pode matar a curiosidade sem sair do lugar. Os aplicativos (todos em inglês) são apresentados no site do Museu (http://www.amnh.org/apps) e podem ser baixados na Apple Store. A maior parte está disponível gratuitamente.

Na seleção de hoje vamos começar falando do aplicativo Dinosaurs: um mosaico é formado por centenas de imagens com o que está exposto no museu. Há várias réplicas de animais pré-históricos, fósseis e também fotos de campos de escavação. Ao tocar nas imagens, você pode obter mais informações sobre o que elas representam. O enorme tiranossauro rex pode ser apreciado de vários ângulos, com e sem a presença dos visitantes que lotam a sala em que ele está exposto. Esse aplicativo é gratuito para o iPhone e pago para o iPad (US$1,99).

Outro app bacana é o Creatures of light. Nele, você mergulha no oceano, entende as mudanças de luminosidade que acontecem de acordo com a profundidade e seus efeitos sobre os habitantes do fundo do mar. Pode-se, ainda, conhecer as pesquisas recentes nessa área e aprender mais sobre as características de animais como corais, estrelas-do-mar e lulas bioluminescentes. Não deixe de ler sobre as ameaças a essas espécies.

O que está esperando? Pegue seu tablet, o dicionário de inglês e boa viagem!

Tetris… Só que na Geografia

Quem nunca jogou Tetris? Este clássico foi criado na Rússia em 1984 e quando foi lançado pela Nintendo para o Game Boy, em 1989, alcançou a marca histórica de 35 milhões de jogos vendidos. O game já voou nas telas de companhias aéreas e há quem diga que ajuda a estimular o cérebro de quem joga – até o de pacientes com estresse pós-traumático. Quando foi lançado na Apple Store, chegou rapidamente ao primeiro lugar do ranking de jogos mais baixados. O Tetris tem 28 anos, uma mecânica simples e não sai de moda. Virou referência para os apaixonados por games.

Mas o jogo clássico ganhou adaptações – além das oficiais, claro. Uma delas é o Teste de Geografia (que você pode experimentar clicando aqui). Você opta entre níveis fácil, médio e difícil. Os mapas dos países vão aparecendo na tela e, com a mesma mecânica do Tetris original – controlando o movimento com as setas do computador -, o jogador deve encaixar o mapa no local correto do globo. A interface está bem longe de ser ‘bonita’, mas é desafiante e divertida. Vale experimentar!

Você conhece o novo Mario?

Super Mario é, possivelmente, um dos jogos mais comercializados de todos os tempos. E o talento da Nintendo, responsável pelo game, é o de reinventar seu personagem em curtos períodos de tempo. À parte o clássico Super Mario World, não é difícil encontrar (e se divertir muito jogando) games como oMario Kart, Mario X Donkey Kong, Mario e Luigi (existem várias versões…), Mario Party (uhu!),Yoshi’s Island e até um game com Mario e Sonic nas Olimpíadas de Londres 2012. A variedade de partidas e de consoles diferentes onde o game está disponível é assombrosa.

A novidade, agora, é o novo Super Mario Bros 2, um jogo muito bem feito e quase interminável, com mais de 80 fases, cujo objetivo é juntar o máximo possível de moedas de ouro e salvar a Princesa Peach, sequestrada. O ouro é elemento chave desta nova versão. Além de estar repleto de moedas, o Reino do Cogumelo, onde o jogo acontece, conta com poderes e também inimigos de ouro, que podem ajudar ou atrapalhar a trajetória do protagonista e de seu parceiro Luigi. Disponível para Nintendo 3Ds, que pode ser levado para todo lugar, o novo Mario permite, também, que dois jogadores disputem simultaneamente.

Um game bonito e empolgante. Vai dizer que você não ia ficar doido para juntar um milhão de moedas e ter acesso a recursos surpresa do jogo?!

Valorizemos o professor da educação infantil

País - Sociedade Aberta

Jornal do Brasil PUBLICIDADE

.

Essa ideia do senso comum tem raízes históricas e ignora os saberes científicos sobre a importância fundamental que os primeiros anos de vida têm para a formação de cada um de nós e para a sociedade como um todo. Cuidar da educação de crianças em creches e pré-escolas pressupõe conhecer os processos de desenvolvimento infantil, as linguagens que estimulam esse desenvolvimento e a organização de espaços e atividades, além do desafio de dar atenção tanto a cada uma quanto ao conjunto das crianças. Trocando em miúdos, para ser professor na educação infantil, como nos demais níveis e modalidades de ensino, é preciso estudar muito, pois a tarefa é complexa e de muita responsabilidade.

Acontece que ainda temos muito a fazer pela qualificação da formação desses profissionais. Segundo o Censo Escolar de 2011, 61% dos professores de educação infantil têm ensino superior completo. Outros 29% fizeram o curso de magistério, e 8% possuem apenas o ensino médio regular. E ainda existem 0,35% e 0,74% que possuem apenas o ensino fundamental incompleto e o fundamental completo, respectivamente.

Incentivar os quase 40% sem curso superior a entrar em uma faculdade é garantir que creches e pré-escolas tenham pessoas com a qualificação mínima almejada para a educação pública, de forma que o professor esteja preparado para lidar com as diferenças e dificuldades típicas da primeira infância. No entanto, para começar a mudar o cenário de forma mais profunda, é preciso dar apoio e estabilidade ao professor. A presença de coordenadores pedagógicos, responsáveis pelo acompanhamento e suporte aos professores em serviço, nem sempre está assegurada nas redes municipais de ensino. Outro ponto crucial é a estabilidade funcional. Sem ela, vive-se um eterno recomeço no trabalho de formação. Esse problema é sentido em um dos projetos desenvolvidos pelo Instituto C&A, o Paralapracá, que apoia a formação de professores de educação infantil em cidades da Região Nordeste.

Muitos dos professores que começam a formação estão vinculados às redes por contratos temporários ou são estagiários, nem sempre permanecem na função e, consequentemente, não completam a formação. Se não houver concursos bem estruturados e um plano de carreira que incentive a permanência dos professores na rede e na escola em que lecionam, continuaremos a carregar água na peneira, investindo na formação de quadros que mudam com muita frequência, o que impossibilita um trabalho continuado e coletivo, como requer a docência.

A estabilidade pressupõe outras questões envolvidas na valorização profissional, como remuneração adequada à função exercida. Hoje, um profissional com curso de magistério tem piso salarial de R$ 1.451,00 para trabalhar 40 horas semanais. O valor é bem abaixo da média recebida pelos profissionais de nível técnico no Brasil, que é de R$ 2.085,47. É urgente dignificar o salário do professor de educação infantil, pois ele é o primeiro contato da criança pequena com a educação formal. É ele quem apresenta o universo escolar para os alunos. Ele é o responsável pela socialização dessa faixa etária. É ele que será a referência para as famílias, e sua atuação repercutirá nos processos de aprendizagem das crianças por muito tempo.

Garantir atendimento de qualidade na primeira infância é a efetivação de um direito social básico previsto na Constituição federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Mas como garantir esse direito e cumprir as metas de educação infantil citadas no PNE? Para isso, é preciso que a sociedade brasileira reconheça a importância da educação para as crianças pequenas e apoie a luta pela valorização dos profissionais encarregados dessa educação.

* Patrícia Lacerda, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, é gerente de Educação, Arte e Cultura do Instituto C&A.

Falta clareza sobre educação

Um tema que tem gerado dúvidas ao eleitor de Fortaleza durante esta campanha política é a real situação da educação municipal. Enquanto Roberto Cláudio (PSB) afirma que os índices de educação do município são os piores do Estado, Elmano de Freitas (PT) traz ao eleitorado a informação de que a Capital possui a terceira melhor rede de educação básica do Nordeste. O imbróglio é causado porque os prefeituráveis utilizam fontes diversas e com critérios de avaliação distintos, mas a informação não é esclarecida ao eleitor.

Eloísa Vidal arrisca como um dos motivos da posição de Fortaleza no Spaece-Alfa uma desmotivação do Município em aderir à política do Estado FOTO: THIAGO GASPAR

Roberto Cláudio toma como referência o resultado do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (Spaece-Alfa), que é financiado pelo Governo do Estado para diagnosticar o índice de alfabetização de crianças ao fim do segundo ano do Ensino Fundamental. De acordo com esse indicativo, em 2011, Fortaleza ocupou o penúltimo lugar no Estado, ficando à frente apenas de Parambu.

Já Elmano de Freitas baseia-se no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que fica a cargo do Ministério da Educação e, portanto, tem abrangência nacional. Através da Prova Brasil, esse indicador avalia as crianças do quinto e nono anos do Ensino Fundamental, tomando como base o desempenho dos alunos e a taxa de aprovação. Segundo o Ideb, Fortaleza é a terceira capital com melhor resultado no Nordeste.

Para o professor Wagner Andriola, é preciso levar em conta as diferenças de critérios dos dois métodos avaliativos. De acordo com o especialista, o Ideb faz uma análise mais ampla e considera três aspectos: nível de aprendizado dos alunos, taxa de aprovação e frequência.

Por sua vez, o Spaece-Alfa, afirma Andriola, "é um indicador simples, que avalia a habilidade em leitura do alunado do segundo ano". Além disso, ele considera as competências e habilidades dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio em Língua Portuguesa e Matemática.

Complexo

Fazendo uma avaliação simples, de acordo com o resultado do Spaece-Alfa, os alunos dos anos iniciais do fundamental "não estão desenvolvendo a contento as habilidades de leitura", aponta Wagner Andriola. Já no que se refere ao Ideb, um indicador mais complexo, a colocação é um pouco melhor, mas ainda deixa muito a desejar, já que Fortaleza obteve nota 4,2 para os alunos da quinta série, numa escala até 10, e 3,5 na nona série.

Sobre o mau desempenho da cidade de Fortaleza no Spaece-Alfa em contraponto ao resultado no Ideb, doutora em Educação Eloísa Vidal explica que é muito "delicado" comparar as metrópoles com os municípios de menor porte, justamente pela "complexidade" da rede de educação nas capitais. Ela lembra que a quantidade de escolas das cidades de médio porte corresponde a aproximadamente 20% do total das capitais.

Eloísa Vidal ainda arrisca como um dos motivos da posição de Fortaleza no indicador uma possível "desmotivação da secretaria municipal em aderir à política do governo do estado". "Causa estranheza as crianças que não estão alfabetizadas se colocarem nessa boa posição (do Ideb)", aponta. Já Andriola contesta a hipótese, embora admita a abrangência de cidades de grande porte. "Teoricamente pode-se comparar municípios independentemente do tamanho da sua rede de ensino. Logicamente que redes maiores são mais heterogêneas", reflete.