Dexter: Veja o primeiro teaser da 8ª temporada
Um balanço da decepcionante 7ª temporada de Dexter
Perto do fim, protagonista da série vira uma sombra ainda mais triste do que já foi
“Surprise, Motherfucker!” A frase serviu de título para o final da temporada de Dexter, mas talvez fizesse mais sentido se fosse dita pelos roteiristas da série (num tom absolutamente cruel e debochado) para os fãs que, assim como eu, ainda mantinham a (vã) esperança de que a produção pudesse apagar pelo menos um pouco da péssima impressão construída ao longo de uma temporada marcada por furos absurdos e principalmente pela desconstrução de seu outrora complexo e carismático protagonista.
Afinal, se existe uma verdade praticamente irrefutável a essa altura, é a de que o Dexter que abandonou o “código” e terminou a temporada abraçado à ideia de que matar um inocente era algo aceitável, virou apenas uma sombra apagada daquele personagem inteligente, intenso e interessante dos primeiros anos da série. Uma crítica, aliás, que ganhou um reflexo ainda maior por conta da frustrante decisão dos roteiristas comandados por Manny Coto de ignorar aspectos que sempre foram sagrados na produção. Dessa forma, ao colocarem Dexter disposto a matar LaGuerta, eles jogaram no lixo uma regra que o próprio protagonista da série seguiu na 3ª temporada (lembram que ele só matou Miguel Prado porque este iria justamente matar LaGuerta, uma inocente, que àquela altura suspeitava das atividades extra curriculares do promotor?), o que mais uma vez reforça o quão equivocado este sétimo ano foi (tirando, talvez, apenas a curiosa relação que se estabeleceu entre Dexter e Isaak Sirko) apesar de ter começado com a perspectiva de redimir a série das escorregadas dos anos 5 e 6 que já vinham minando tudo o que ela tinha de bom. Nesse contexto, e só para citar alguns dos buracos, a meu ver imperdoáveis, eis uma pequena relação de situações esdrúxulas que foram ganhando forma ao longo dos 12 episódios e que ficaram ainda mais evidentes neste decepcionante season finale:
- Como é possível comprar a ideia de que Dexter tenha simplesmente aceitado, depois de uma conversa de, sei lá, 5 minutos com Hannah, que o tal dark passanger que moveu suas ações (justificando-as até certo ponto) ao longo de 30 e tantos anos não passava de um artifício fantasioso usado como uma ‘desculpa perfeita’? Aliás, por que Dexter se envolveu com a loira, ela própria uma assassina, mesmo depois de todas as experiências negativas experimentadas com figuras tão doentes e emocionalmente afetadas (em graus distintos, é verdade) quanto Lila e a própria Lumen é outro mistério…
- E a Debra, hein? De apaixonada(!) pelo irmão a cúmplice dele (já no início da temporada quando não toma nenhuma ação depois de descobrir seus segredos e por fim quando mata para protegê-lo), o que vimos foi uma personagem sem identidade e que se diminui perdendo muito daquela personalidade forte que sempre a marcou mesmo quando consideramos seu embate com Hannah.
- Tudo bem que a LaGuerta nunca foi uma personagem com histórico de estabilidade emocional ao longo da série, mas o motivo da personagem ter esperado 5 anos para sucumbir à obsessão de inocentar Doakes (com quem ela mantinha um relacionamento que só ficou evidente agora através de flashbacks expositivos) e incriminar Dexter (por quem ela tinha até uma certa queda na 1ª temporada , lembram?) a todo custo é algo que eu simplesmente não consegui entender/aceitar.
- Outros pontos que merecem menção negativa: [1] a impressionante facilidade que Dexter (e outros personagens também) tiveram ao longo dessa temporada para entrar e sair de locais supostamente bem vigiados sem jamais ser flagrado por câmeras ou qualquer outra pessoa (vide o aeroporto; marina, parques e, por último, o cais para onde o protagonista leva Estrada duas vezes e atrai LaGuerta). [2] E que tal os arremedos de histórias para Angel e Quinn ou os constantes esquecimentos dos roteiristas de que Dexter tinha um filho de 4 anos? Vide o que fizeram, por exemplo, nesse finale quando todos, incluindo Jamie, a babá de Harrison, estão na festa do Angel… Onde e com quem estava o garoto? Pois é. Aliás, por falar na festa, que tal o lamentável descuido da equipe da série mostrando Debra retornando ao evento vestindo a mesma roupa impecável que momentos antes usava ao abraçar a baleada e ensanguentada LaGuerta?
Ao fim desse “Surprise, Motherfucker!”, Dexter pergunta se o “grande” evento do episódio significaria um novo início ou o início do fim. Uma pergunta que seria até legítima, mas que perde importância frente a verdadeira pergunta que o personagem de Michael C. Hall deveria fazer: com que requintes de crueldade devo punir os responsáveis por terem assassinado a minha série?
Dexter: Veja o cartaz do episódio final da temporada
O duelo entre irmãos é o destaque da arte divulgada pelo canal Showtime
O episódio vai ao ar no dia 16 de dezembro nos EUA. No Brasil a sétima temporada de Dexterainda não começou a ser exibida pelo canal FX.
Vídeo antecipa os eventos da temporada que estreia neste domingo
A 4 dias do aguardado retorno de Dexter em 30/09, o canal Showtime divulgou mais um trailer da atração. Infelizmente ainda não há data para a estreia da temporada no Brasil pelo canal FX. Assista:
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Showtime libera 3 novos vídeos da 7ª temporada de Dexter
Apesar dos pesares, Dexter ainda é uma das minhas séries favoritas. Isso, contudo, não me faz fechar os olhos para os equívocos que a produção andou cometendo recentemente, como, por exemplo, a idiotice de colocar a Debra apaixonada pelo irmão na reta final da temporada passada. Com isso em mente, uma das coisas que a 7ª temporada que estreia no próximo domingo, 30, nos EUA deveria fazer logo de cara seria abandonar esse plotfor çadíssimo.O Problema E Que se OS 3 featurettes liberados Pelo Showtime servirem Como parametro, o Interesse absurdo romantico Continuarà ganhando Espaço nd trama da série. Confira e desespere-se. Ou NAO.
Vídeos via Spoiler TV
Leia a Sinopse do Retorno de Dexter
[contém spoilers] O canal norte-americano Showtime divulgou hoje a sinopse do 1º episódio da 7ª temporada de Dexter. Intitulado Are You…?, o capítulo que será exibido nos EUA em 30 de setembro deste ano, tem a seguinte trama revelada: “Após testemunhar seu irmão matar Travis Marshall, Debra (Jennifer Carpenter) tenta se reconciliar com Dexter (Michael C. Hall), enquanto luta para encobrir seu envolvimento com o assassinato. Enquanto isso, o Detetive Mike Anderson TEM UM Infeliz Encontro, Quinn e Batista começam a Fazer como pazes e LaGuerta Encontra Evidências Que um lev um Repensar o Caso concluso fazer assassino Butcher Bay Harbor. "Sera Que ágora vai?
Fotos da 7ª Temporada de Dexter
A 6ª temporada de Dexter terminou deixando os fãs com os nervos à flor da pele, mas a cada dia estamos mais próximos da estreia da 7ª temporada, marcada para o dia 30 de setembro nos EUA. Nas últimas semanas vários promos, teasers e imagens promocionais foram divulgados pela emissora Showtime, aumentando ainda mais a expectativa para a estreia deste novo ano de Dexter. Abaixo você pode ver algumas fotos dos três primeiros episódios (clique para ampliar).
Vale lembrar Que um Produtora Executiva da série, Sara Colleton, informou Que a 7 ª temporada caminhará Pará Um CONCLUSÃO última da trama NA 8 ª temporada ( Que provavelmente Sera um jornal Última ).
Showtime Libera os Primeiros Minutos da Nova Temporada de Dexter!
[com gritantes spoilers] Hoje foi ao ar na San Diego Comic-Con os primeiros dois minutos da 7ª temporada de Dexter, e o canal Showtime acabou de liberar o vídeo online. A tensa cena (e cheia debeeps pelos palavrões de Deb) mostra a imediata continuação do final de temporada ano passado, quando Dexter é surpreendido pela irmã bem na hora em que este acaba de matar Travis. Dexter retorna somente no dia 30 de Setembro nos EUA. Assista:
Ansiosos, ágora?
Dexter e Debra Têm Pesadelos em Novo Teaser
[contém spoilers da série até a 6a temporada] No novo vídeo de divulgação da 7a temporada deDexter, os pesadelos estão tirando o sono do serial killer de Miami. A penúltima temporada do drama estreia no dia 30 de Setembro no canal Showtime americano e terá início logo após o mega cliffhangerque a série deixou no final do ano passado, com Debra finalmente descobrindo a verdade sobre as “atividades” de seu irmão mais velho. Assista:
Veja o teaser do also Segundo, Que Segue uma MESMA Linha, mas com um Personagem Debra (Jennifer Carpenter):
Categoria: Dexter
Vídeo Traz MUITAS Cenas Inéditas da Nova Temporada de Dexter!
O canal Showtime, querendo agradar o fiel espectador deDexter – série que será encerrada após a 8a temporada – divulgou hoje um vídeo com inúmeras cenas totalmente inéditas da próxima temporada do drama. Agora, como as cenas são apresentadas é um belo #trollface do canal! Veja assim:
Produtora Anuncia o Fim de Dexter Após a 8ª Temporada
Dexter retornará para a 7ª temporada no próximo dia 30 de Setembro no canal Showtime americano se preparando para o fim. Pelo menos é o que garante a produtora executiva da atração, Sara Colleton, em entrevista ao site TV Guide esta semana. Segundo ela a 8ª temporada, que deve estrear somente em 2013, será a última e toda a trama que se iniciará a partir deste ano caminhará para a conclusão. Embora a notícia não tenha sido confirmada pelo canal Showtime Acredita-se Que Isto É MESMO Que Devera ocorrer, POIs o Contrato do ator Michael C. Hall somente eStara vigente ATÉ o 8 º ano e elemento NAO DEU indicações de Que Ira Renova-lo. Do Além disso, se considerarmos OS acontecimentos nd trama não da final 6 ª temporada ( e Que Serao retomados nd Próxima premiére ), e esperado Que Dexter conclua SUA jornada los breve.
Yvonne Strahovski Entrou Para o Elenco de Dexter
A atriz Yvonne Strahovski, famosa por interpretar a personagem Sarah nas 5 temporadadas da sérieChuck, acaba de ser confirmada no elenco da nova temporada de Dexter! Este é o primeiro trabalho da atriz na TV após o fim da comédia de espiões da NBC e a participação dela será semi-regular. Ela interpretará Hannah McKay, uma mulher descrita como forte, mas com um passado que ela luta para esquecer (outra Lumen?). A 7ª temporada de Dexterestreia no dia 30 de Setembro na TV americana. A Produção começou na Semana passada JÁ TEVE e uma Primeira Imagem oficial divulgada.
Foto Promocional da Season Premiere de Dexter
Dexter retorna à TV americana no dia 30 de setembro com Are You…?, episódio que abrirá a 7ª temporada da série. Pela primeira foto promocional do episódio divulgada pelo Showtime, a trama será retomada imediatamente após os eventos que encerraram o sexto ano da produção. Animados com a perspectiva do que esta imagem [que contém spoilers para quem não está junto da exibição] pode representar ou já perderam a fé em Dexter?
A 7ª temporada da ainda boa, mas já nem tão espetacular Dexter, e a 2ª temporada da até então excelente e premiada Homeland já tem data de estreia definida na TV americana: 30 de setembro. Anúncios desse tipo geralmente só ocorrem entre maio e junho, mas dessa vez o Showtime se antecipou criando, desde já, muita expectativa em torno das duas produções que mais deram audiência para o canal em 2011. Da trama de Dexter nada foi divulgado até agora, mas da de Homeland, conforme já antecipara a atriz Morena Baccarin em entrevista no Brasil, sabemos que a história será retormada dois anos depois dos eventos que encerraram a temporada de estreia. Lembrando que Dexter está renovada até a 8a temporada em 2013. Animados desde já?
Dexter: This is the Way the World Ends [Season Finale]
Parte I, por Bruno Carvalho
“Sensacional; espetacular; fantástico“: estas foram as reações de vários espectadores sobre o final da 6ª temporada de Dexter, influenciados única e exclusivamente pelo impacto da cena derradeira. Mas a que preço? Cada vez mais que a série se distancia da criação de Jeff Lindsay, o drama perde os elementos que a consagraram no sucesso que é hoje e os novos roteiristas, liderados pelo showrunner Manny Coto (de 24), afundam a qualidade da produção com um texto indulgente e repleto de furos. Começo esta análise indignado pelo interesse romântico de Deb com Dexter – sim, irmãos (não biológicos, mas irmãos) – fato que jamais fora ventilado na série até o episódio anterior. Aliás, o desconhecimento sobre o passado de Dexter Morgan por esses novos escritores é preocupante, visto que em determinado momento desta temporada o protagonista exclama: “Sempre soube que algo poderia acontecer comigo, mas agora tenho que me preocupar com mais do que minha própria vida“, se referindo à potencial ameaça de Travis a seu filho Harrison.
Ora, como assim “agora”? E Rita, Astor, Cody e até mesmo Deb? Simplesmente se esqueceram das ameaças que estes já sofreram nas temporadas anteriores, culminando inclusive no momento mais apoteótico da série – a morte de sua mulher? Os atuais roteiristas demonstram não conhecer bem a própria obra que escrevem em continuidade. Isso sem falar no festival de cenas forçadas destefinale, como o escancarado Deus ex machina com o barco de imigrantes “Milagro” resgatando o herói (recurso narrativo pobre e que geralmente demonstra uma grave falha de preparação dos autores) e ainda o momento inexplicável em que Batista e todo o departamento esperam, do lado de fora, Dexter chegar numa cena de crime: justamente aquela em que o assassino pintou um enorme retrato com o rosto de seu algoz como a “Besta” na parede. Ora, como assim? Desde quando todos esperam Dexter para investigar um homicídio, ainda mais um que nem tem tanto sangue?
Falhas, falhas e mais falhas se acumulam nesta mesma temporada que postergou a “reviravolta” mais antecipada da TV (Gellar morto) e introduziu personagens que não acrescentaram em nada à trama, como o policial transferido Mike, a babá irmã do Batista e o tal “Irmão Sam”. Além disso, a quantidade de pendências deixadas “a resolver” no próximo ano (se lembrarem) foge do padrão das primeiras temporadas, que sempre deixou seus arcos bem fechados para iniciarem outros. Falo do caso do estagiário de Masuka – cuja trama ficou esquecida como a caixa contendo a mão roubada em cima da geladeira no apartamento do protagonista – , assim como desfechos capengas para as histórias de Quinn, Batista, Laguerta e Matthews. Foi neste ano, ainda, que tivemos a maior dose de diálogos expositivos até agora (“Me certifiquei que ‘Slice of Life’ estivesse no vídeo que mandei a Travis; Ele esperará me encontrar no meu barco”, como exemplo), fora as cenas em que os personagens mudam de canal e os noticiários estão justamente dando a notícia apropriada para o momento, o que aconteceu várias vezes ao longo da temporada.
É possível relevar tudo isso em prol da cena final com Debra testemunhando o ritual da morte de Dexter? É? Vamos analisar melhor este momento: após perder Travis no terraço do prédio (aliás, que amontoado de clichês a captura do bandido pelo mocinho, não?), Deb resolve ir para a terapia falar do súbito amor nada fraternal que passou a sentir pelo irmão e, encorajada pela terapeuta, decide contar a verdade a ele. A cena corta e vemos Travis deitado no Kill Room de Morgan na Igreja e, aquele que deveria ser a cena mais intensa e importante de toda a temporada – a morte do terrível DDK -, virou um plano conjunto (como bem apontou o crítico Pablo Villaça), misturando dois momentos cruciais da narrativa e imediatamente interrompendo-os com um abrupto corte para causar o efeito esperado do cliffhanger no público: “esqueçam todos os problemas, agora a Deb sabe, boom!“
Não entendi também porque Dexter, sabendo que sua irmã pedira para que ele vasculhasse a igreja de DDK após a apresentação de Harrison, utiliza justamente aquele lugar como seu Kill Room. Transformaram o sempre meticuloso perito sanguíneo num grande e desleixado bocó – o que vai diametralmente contra a natureza do personagem. Se bem aproveitado, algo que a cada ano de Dexter fica mais e mais improvável, este cliffhanger potencialmente pode ser muito positivo para a série. É uma pena, porém, que ele tenha seguido as duas temporadas mais fracas do drama até agora. É preocupante saber que temos mais 2 anos garantidos pela frente nestas condições. Dexter Morgan é uma excelente criação de Jeff Lindsay que está sendo destruída aos poucos por autores que não sabem dar o devido valor a este grandioso personagem e sua história. Sou fã incondicional de Dexter, mas não coaduno, de forma alguma, com o que estão fazendo com a série.
Parte II, por Davi Garcia
Um season finale fraquíssimo com uma cena final impactante. No geral, assim foi “This is the Way the World Ends”, o derradeiro episódio de uma temporada conceitualmente interessante e corajosa (pelo tema central que poderia abordar e cuja promessa nunca se concretizou), mas que que com mais baixos do que altos, perdeu-se, sobretudo na reta final, na medíocridade de roteiros estapafúrdios e direções equivocadas que não só descaracterizaram (ainda mais) aquele que era um dos protagonistas mais complexos que a TV já produziu, bem como reduziu a pó qualquer peso dramático que a trama central da temporada desenvolvera até então.
Amparando-se pesadamente em ‘viradas’ convenientes, previsíveis e, em muitas situações, esdrúxulas – vide o já citado forçadíssimo interesse romântico por Dexter que Debra abraça sem uma lógica interna mais elaborada - o desfecho da temporada trouxe a prova irrefutável de que os atuais responsáveis pela série não tem a menor ideia (ou seria capacidade?) do que fazer para recolocar a produção no nível de excelência que ela já teve. Com isso, salvo raríssimos momentos de inspiração como, por exemplo, aquele em que vemos o protagonista assumindo sua ‘santíssima’ trindade assassina (“Eu sou um pai, um filho e um serial killer“), o que sobram são muitos momentos constrangedores envolvendo bons personagens perdidos num emaranhado de tramas cujas resoluções trouxeram resultados absolutamente questionáveis ou simplesmente inexistentes (no que deu toda a historinha envolvendo o estagiário do Masuka?).
Sobre a cena final que encerra o episódio – e que de fato é promissora para o futuro da série (mas, por enquanto apenas isso) -, uma breve reflexão se faz premente para os que acreditam que ela representa o ponto de partida da tão esperada retomada de rumos da produção. Ainda que seja lógico, muitos parecem não ter atentado para o fato de que Debra ainda não descobriu que Dexter é um serial killer, visto que, por enquanto, tudo que ela viu e sabe é que o irmão matou alguém. Com isso em mente, resguardar certas expectativas para o que pode acontecer é salutar para quem, assim como eu, ainda se considera fã de Dexter. Afinal, com os roteiristas que a série tem hoje, esperar uma macarronada de quem só sabe fazer miojo é, infelizmente, uma possibilidade bem menos possível.
Dexter: Talk to the Hand
Por Davi Garcia
Manny Coto conseguiu! Ele tanto tentou que acabou ganhando título de sócio no clube dos roteiristas medíocres (liderados pelo tio Ryan Murphy, claro) com fortes tendências a pegar boas ideias e transformá-las em lixo. Sério. O que foi isso que esse cara fez com Dexter? Aliás, como o Showtime/CBS/Paramount – e o próprio Michael C. Hall, por tabela, já que ele também é produtor da série – permitiu que os rumos de um dos melhores e mais ousados dramas da tv caísse nas mãos de um sujeito tão sem talento como Coto que já havia tentado escrotizar a série na temporada anterior? Sim, eu sei que isso pode soar como mimimi exagerado de fã e blá blás do tipo, mas não dá para reagir de forma diferente depois do que vimos no péssimo “Talk to the Hand”, penúltimo episódio da 6ª temporada de Dexter.
Críticas e ressalvas à parte, eu tava gostando da temporada. É verdade que a presença do elemento religioso na trama, apesar do começo promissor dados os questionamentos da fé que se refletiam de forma curiosa no protagonista, infelizmente acabou mal explorado com o passar dos episódios. Ainda assim, o arco da vez vinha se sustentando de forma razoavelmente regular e, em alguns momentos, para ser justo, sob um prisma envolvente e interessante. Contudo, depois que a ‘grande’ surpresa da trama se desfez (com a revelação de que todas as aparições de Gellar eram apenas fruto da imaginação de Travis), a coisa desandou de uma forma absurda.
A verdade é que depois de “Nebraska”, Dexter parece ter adquirido uma personalidade bem diferente daquela que conhecíamos. Agindo de forma ingênua (para não dizer estúpida) em muitas situações desde então, o protagonista da série surgia apenas como um arremedo mal feito e sem o mesmo carisma daquele outrora conflituoso personagem. Para piorar, esse penúltimo episódio resolveu os ganchos mais importantes do anterior (como Batista preso, por exemplo) rápido demais, assim como criou situações – como a de Dexter sendo dominado por Travis logo após sofrer uma conveniente tontura – sem qualquer tensão maior, visto que nós sabíamos que nada de mais grave ocorreria com o protagonista da série antes do desfecho da temporada.
E se tudo que estava ruim poderia ficar ainda pior, o que dizer das ridículas cenas de sonho de Debra relativas a um susposto interesse romântico(!!!) pelo irmão adotivo que, segundo sua terapeuta, ela alimentava sem perceber? Pois é. Tinha como essa trama ganhar uma virada mais tosca do que essa (o que foi aquela sequência horrenda com closes nas mãos e bocas de Dexter e Debra?) justamente no momento em que as sessões de terapia pareciam apontar para a possibilidade de Debra descobrir os segredos do irmão?
É triste dizer isso, mas apesar dos bons momentos que a temporada proporcionou, tudo o que quero agora é que essa história termine logo e que Manny Coto suma da série. É radical? Pode ser, mas particulamente receio que se isso não ocorrer, acompanhar o que devem ser as duas últimas temporadas da série será para nós uma experiência tão dolorosa quanto as das vítimas que encontram a lâmina do Dexter.
Dexter: Ricochet Rabbit
Por Bruno Carvalho
[Contém spoilers] Finalmente. Depois de gastar boa parte da temporada preparando o espectador para uma reviravolta que já era esperada por todos,Dexter retomou o seu bom ritmo. Agora que Dexter Morgan sabe com quem está lidando – um assassino perturbado e louco, como de costume – os momentos de tensão retornaram. Mas antes o drama vislumbrou um pouco da confusa mente de Travis Marshall, um fanático religioso que tem sérios problemas com a realidade e, utilizando a potencialidade da Internet, encontrou seres igualmente perturbados. Essa é uma verdadeira receita para uma dessas tragédias pós-modernas que de tempos em tempos estampam os noticiários. Ainda que previsível em alguns momentos – como naquele em que o analista sanguíneo mata o sujeito no barco achando que era Travis e você certamente sabia que não era -, a temporada está tomando a forma que deveria, conectando aos poucos as várias histórias paralelas.
Pra mim é inevitável que esta recente “aceitação” do irmão por Deb, o caso do Comandante Matthews com a prostituta morta, a desídia de Quinn e o tal jogo do estagiário de Masuka desempenharão papeis fundamentais para algum tipo de desfecho realmente surpreendente. Isso é o que eu esperaria de um bom roteiro, que há tantos episódios vem desenvolvendo tais tramas.Voltando ao DDK, é irritante notar que Dexter rotineiramente sabota a Polícia de Miami e falha em pegar o bandido. Ora, essas “mortes” adicionais não vão sopesar em algum momento? Quantas vezes ele deixou Travis fugir, mesmo antes de saber que Gellar estava morto? E agora Baptista em perigo… Dexter nunca esteve tão relapso. Será que temos algo aí? Será que ele deixou passar alguma coisa? Inevitavelmente, Dexter terá que correr contra o tempo para entregar uma temporada acima da média e eu só consigo imaginar isso ocorrendo de uma forma: Dexter ser descoberto por alguém próximo. Talvez seja utopia esperar isso de roteiristas que andam com medo de ousar, ainda mais com o drama renovado por mais duas temporadas. Mas que seria interessante e bem-vindo, ah seria…
Dexter: Get Gellar
Por Davi Garcia
[Com spoilers relativos à ‘grande’ reviravolta da sexta temporada. Se ainda não começou a assistí-la ou está com os episódios atrasados, continue a leitura por sua conta e risco!] Acabou o grande mistério dessa 6ª temporada de Dexter. Não foram poucas as tentativas feitas pelos roteiristas para nos despistar sobre a verdadeira natureza da relação dos assasssinos do Apocalipse, mas “Get Gellar”, nono episódio deste bom 6º ano da série, deu fim às especulações que fomentavam a teoria popularmente referenciada a Tyler Durden (de Clube da Luta) confirmando-a de vez e colocando Travis como o único e real antagonista do analista de sangue da Miami Metro Police. E se faltou surpresa genuína do lado de cá da tela no que tange ao momento em que Dexter abre o freezer no subsolo da igreja descobrindo o corpo de Gellar (afinal, a essa altura da temporada todo mundo já tinha pelo menos ouvido falar da tal teoria), sobrou a certeza de que, tal qual ocorrera na reta final do 4º ano da série (o do Trinity), veremos um curioso e, espero eu, empolgante jogo de gato e rato envolvendo os personagens de Michael C. Hall e Colin Hanks nos 3 episódios que restam.
Considerando o panorarama promissor, é justo, contudo, destacar que embora louvável, a iniciativa dos responsáveis pela série em criar um cenário cuja reviravolta pudesse render um choque ao ser revelada, falhou ao investir tempo demais na preparação de uma festa surpresa da qual o aniversariante (o telespectador, no caso) já suspeitava fortemente que ocorreria. Assim, ao passo em que o desenvolvimento da trama coloca Dexter, pela primeira vez na história da série, acredito, sob o prisma de alguém que se descobre extremamente manipulado por um algoz que ele poupara por julgar ser ‘só’ outra vítima, ele também nos apresenta um antagonista cujo dark passenger, bipolar eu diria, mostra-o tão fragilizado quanto perigoso no comportamento e principalmente nas ações.
Segredo exposto à parte – e aqui não me estenderei em comentar sobre os furos que possamos encontrar na trama (pense, por exemplo, na logística envolvida entre o tempo que se passou da chegada de Travis e Dexter ao campus, do tempo que este último ficou preso no elevador e do que Travis levou para fazer todo ‘serviço’ no professor ateu), estou curioso para ver como será trabalhada a questão da personalidade que Travis abraçará (se é que ele o fará) agora que Dexter descobriu quase tudo que envolve a mecânica de seu modus operandi. Além disso, agora que a presença de Gellar na trama da temporada provou ser fruto apenas da cabeça doente de Travis, seria salutar que ela deixasse claro se o jovem agia conscientemente desde o início ou se experimentava uma espécie de pesadelo do qual só agora despertou para abraçar na plenitude.
Mais focada, agora que não precisará plantar pistas falsas para desviar nossa atenção do que realmente importa, a temporada tende a afunilar suas subtramas amarrando as que parecem mais interessantes (vide a de Debra se impondo mais, por conta da terapia, ao passo em que tenta se aproxima do irmão; ou mesmo a que envolve o segredo do estagiário Louie) e descartando as mais supérfluas como a que coloca Batista e, principalmente, Quinn como alívio cômico da história e a de LaGuerta tentando varrer para debaixo do tapete a lambança cometida pelo chefe da polícia. Nesse contexto, faltando apenas 3 episódios para encerrar seu 6º ano, Dexter tem a chance de corroborar a ideia de que se não apresentou uma temporada excepcional e à prova de críticas, pelo menos foi extremamente regular, até aqui, na iniciativa de trazer desenvolvimentos e questionamentos novos para seu protagonista que continua tão carismático quanto complexo.
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